terça-feira, 25 de novembro de 2008

Capitulo 15

CAPÍTULO 15

Psicologia institucional e

processo grupal

A nossa vida cotidiana é demarcada pela vida em grupo. Estamos

o tempo todo nos relacionando com outras pessoas. Mesmo quando

ficamos sozinhos, a referência de nossos devaneios são os outros:

pensamos em nossos amigos, na próxima atividade — que pode ser

assistir a aula de inglês ou realizar nova tarefa no trabalho (que,

provavelmente, envolverá mais de uma pessoa); pensamos no nosso

namoro, em nossa família. Raramente encontraremos uma pessoa que

viva completamente isolada, mesmo o mais asceta dos eremitas levará,

para o exílio voluntário, suas lembranças, seu conhecimento, sua cultura.

Por encontrarmos determinantes sociais em qualquer circunstância

humana1, podemos afirmar que toda Psicologia é, no fundo, uma

Psicologia Social.

Talvez seja por isso que nossas vidas encontram sempre uma

certa regularidade, que é necessária para a vida em grupo.

1 Silvia Lane é a autora contemporânea da Psicologia Social que melhor fundamentou esta afirmação (in

Lane, S. T. M. & Codo, W. Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo, Ed. Brasiliense,

1982), contudo, Sigmund Freud, em 1921, já afirmava que “na vida mental individual aparece integrado

sempre, efetivamente o ‘outro’, como modelo, objeto, auxiliar ou adversário, e deste modo, a psicologia

individual é ao mesmo tempo e desde o principio uma psicologia social, no sentido mais amplo, no

entanto, plenamente justificado.”(ln Freud, Sigmund. Psicologia de Ias Masas y Analisis del Yo. Obras

Completas, v. III. Madrid, Ed. Biblioteca Nueva, 1973. 3ª ed. p. 2563.)

As pessoas precisam combinar algumas regras para viverem

juntas. Se estiver num ponto de ônibus às sete horas da manhã, eu

preciso ter alguma certeza de que o transporte aguardado passará por ali

mais ou menos neste horário. Alguém combinou isso com o motorista.

Dependemos do outro em nosso cotidiano. Um funcionário precisou abrir

o portão da escola, cujas dependências já estavam devidamente limpas;

um professor nos espera; ao chegar à escola, encontro colegas que

também têm aulas no mesmo horário. A esse tipo de regularidade

normatizada pela vida em grupo, chamamos de institucionalização.

Dada a importância da vida dos grupos (e em grupo) e do processo

de institucionalização,, estes dois temas têm se destacado [pg. 214]

ultimamente no campo da Psicologia Social. O primeiro é recorrente e

pode-se dizer que, apesar de sua atualidade, é um tema clássico.

Estamos falando da Psicologia dos Grupos, a qual preferimos chamar de

Processo Grupal. O segundo tema — Psicologia Institucional — só é

encontrado na literatura especializada a partir da metade do século 20.

De certa maneira, estes temas estão interligados, e isso nos levou a

abordá-los em um mesmo capítulo.

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE

Para entendermos a Psicologia Institucional, precisamos, primeiro,

conhecer o processo de institucionalização que ocorre em nossas

sociedades. Na realidade, vivemos mergulhados em instituições e, por

isso, antes de entrarmos no assunto, devemos desfazer algumas

confusões muito comuns geradas pelos vários entendimentos do que

seja “instituição”. O termo é utilizado, de forma corriqueira, para designar

o local onde se presta um determinado tipo de serviço — geralmente

público, como os serviços de saúde e social. Freqüentemente ouvimos

alguém mencionar que trabalha na instituição tal, ou somos orientados a

procurar determinada instituição para resolver um tipo de problema. E o

caso dos hospitais e centros de saúde, ou dos locais que atendem a

crianças e adolescentes. O termo instituição também pode ser

empregado para determinadas organizações sociais, como a família —

“A família é uma instituição modelar” — frase mencionada com certa

freqüência. Entretanto, quando falarmos aqui no termo instituição, não

estaremos nos referindo a esses sentidos mais conhecidos e utilizados

no nosso dia-a-dia. Mas, antes de definirmos o termo, vamos identificar a

origem do processo de institucionalização da sociedade, o que nos

permitirá entender melhor a referência teórica na qual estamos nos

fundamentando.

O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO

O processo de institucionalização, de acordo com Berger e

Luckmann — autores muito usados para definir como se dá a construção

social da nossa realidade — começa com o estabelecimento de

regularidades comportamentais. As pessoas vão, aos poucos,

descobrindo a forma mais rápida, simples e econômica de desempenhar

as tarefas do cotidiano. Vamos imaginar o homem primitivo: no momento

em que começou a ter consciência da realidade que o cercava, ele

passou a estabelecer essas regularidades. Um grupo social que vivesse,

fundamentalmente, da pesca, estabeleceria formas práticas que

garantissem a maior eficiência possível na realização [pg. 215]

da tarefa.

Pode-se dizer que um hábito se estabelece quando uma dessas formas

repete-se muitas vezes. Um hábito estabelecido por razões concretas,

com o passar do tempo e das gerações, transforma-se em tradição. E o

que acontece? As bases concretas, estabelecidas com o decorrer do

tempo, não são mais questionadas. A tradição se impõe porque é uma

herança dos antepassados. Se eles determinaram que essa é a melhor

forma, é porque tinham alguma razão. Quando se passam muitas

gerações e a regra estabelecida perde essa referência de origem (o

grupo de antepassados), dizemos, então, que essa regra social foi

institucionalizada.

A monogamia — o casamento somente entre duas pessoas —

pode ser considerada uma dessas instituições. É sabido que as

sociedades primitivas não a

conheciam. Os casamentos eram

poligâmicos. A monogamia surge,

então, na Grécia antiga e no

Oriente Médio com o estabelecimento

da propriedade privada e

a descoberta da paternidade

biológica. Entre os povos

primitivos, o papel de pai era

atribuído ao irmão materno mais

velho; as famílias eram

matrilineares (baseadas na linhagem materna) e, provavelmente,

imperava o matriarcado. No início do modo de produção escravagista da

organização social antiga (como foi o caso da Grécia), o surgimento das

cidades, da propriedade privada e a descoberta da paternidade biológica

colocavam o homem da época diante de uma questão: a herança. As

pessoas (no caso, os homens) que acumulavam riquezas durante sua

vida não tinham para quem deixá-las. A família paterlinear e o casamento

monogâmico foi a forma de organização encontrada que definia,

claramente, uma maneira de perpetuar a propriedade através da

herança. O filho passou a ser o herdeiro dos bens paternos. Para isso,

estes homens proprietários passaram a estabelecer, como regra, que

suas mulheres deveriam manter relações sexuais somente com eles

próprios (em função da descoberta do funcionamento da paternidade

biológica) e, assim, teriam certeza de que o filho lhes pertencia. Hoje,

qualquer pessoa de nossa sociedade ocidental, se questionada sobre a

monogamia, dirá que o casamento se dá desta forma porque “é natural”.

Curiosamente, ainda hoje temos culturas, como a muçulmana, que não

adotam a monogamia como regra e, apesar dessa evidência contrária,

alguém de nossa cultura continuará considerando a monogamia natural.

A este fenômeno chamamos de instituição. [pg. 216]

A repetição de uma tradição é a base do processo

de institucionalização.

INSTITUIÇÕES,

ORGANIZAÇÕES E GRUPOS

A instituição é um valor ou regra social reproduzida no cotidiano

com estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento

e de padrão ético para as pessoas, em geral. A instituição é o que mais

se reproduz e o que menos se percebe nas relações sociais. Atravessa,

de forma invisível, todo tipo de organização social e toda a relação de

grupos sociais. Só recorremos claramente a estas regras quando, por

qualquer motivo, são quebradas ou desobedecidas.

Se a instituição é o corpo de regras e valores, a base concreta da

sociedade é a organização. As organizações, entendidas aqui de forma

substantiva, representam o aparato que reproduz o quadro de

instituições no cotidiano da sociedade. A organização pode ser um

complexo organizacional — um Ministério, como, por exemplo, o

Ministério da Saúde; uma Igreja, como a Católica; uma grande empresa,

como a Volkswagen do Brasil; ou pode estar reduzida a um pequeno

estabelecimento, como uma creche de uma entidade filantrópica. As

instituições sociais serão mantidas e reproduzidas nas organizações.

Portanto, a organização é o pólo prático das instituições.

O elemento que completa a dinâmica de construção social da

realidade é o grupo — o lugar onde a instituição se realiza. Se a

instituição constitui o campo dos valores e das regras (portanto, um

campo abstrato), e se a organização é a forma de materialização destas

regras através da produção social, o grupo, por sua vez, realiza as regras

e promove os valores. O grupo é o sujeito que reproduz e que, em outras

oportunidades, reformula tais regras. É também o sujeito responsável

pela produção dentro das organizações e pela singularidade — ora

controlado, submetido de forma acrítica a essas regras e valores, ora

sujeito da transformação, da rebeldia, da produção do novo.

A IMPORTÂNCIA DO

ESTUDO DOS GRUPOS NA PSICOLOGIA

Quando falamos em grupos, estamos abordando um tema que, de

certa forma, é o tema fundante da Psicologia Social. Os primeiros

estudos sobre os grupos foram realizados no final do século 19 pela

então denominada Psicologia das Massas ou Psicologia das Multidões.

Um dos primeiros pesquisadores deste assunto foi Gustav Le Bon, autor

de um conhecido tratado intitulado “Psicologia das Massas” (Psicologie

des Foules, no francês). Pode-se dizer que, de uma certa maneira, os

pesquisadores do final do século 19 foram [pg. 217]

influenciados pela Revolução Francesa2 e, mais precisamente, pelo impacto que causou

nos pensadores do século 18 (como foi o caso de Hegel). Os

pesquisadores se perguntavam o que teria sido capaz de mobilizar

tamanho contingente humano, como o que fora mobilizado durante essa

revolução.

O que se

perguntava no campo da

Psicologia era o que

levaria uma multidão a

seguir a orientação de

um líder mesmo que,

para isso, fosse preciso

colocar em risco a

própria vida. Qual

fenômeno psicológico

possibilitaria a coesão

das massas? Estas

perguntas não eram descabidas como, infelizmente, foi possível observar

2 Este fenômeno, hoje tão comum, era novidade na época. A Revolução Francesa espalhou uma vaga

revolucionária que atingiu toda a Europa, principalmente a Alemanha, ecoando até mesmo na América

Latina, com lutas de libertação nacional, como a ocorrida no Peru. A despeito do processo de

independência dos Estados Unidos da América do Norte haver ocorrido um pouco antes da Revolução

Francesa, estes dois episódios inauguraram os governos democráticos modernos.

O que pode levar uma multidão a seguir um líder?

durante o processo de ascensão do governo do 3 º Reich —Adolf Hitler

— na Alemanha, na década de 30. Este triste episódio, que levou o

mundo à 2ª Grande Guerra (de 1939 a 1945), exemplificou as

possibilidades de manipulação das massas.

O caso da Alemanha nazista foi surpreendente porque demonstrou

até que ponto é possível produzir uma forma de hipnotismo coletivo.

Entretanto, nem sempre os episódios de mobilização popular podem ser

considerados um fenômeno irracional em que as pessoas perdem

momentaneamente sua capacidade de discernir a realidade, ficando à

mercê de um líder carismático que, na verdade, tenciona manipulá-las

em função de interesses particulares ou políticos. Hoje, sabemos que,

em diversas ocasiões, as pessoas se unem e formam massas compactas

muito organizadas e autônomas, com objetivos claros e racionais. Um

exemplo dessa capacidade de mobilização ocorreu em nosso País, em

1984, por ocasião da campanha das Diretas Já, episódio importante para

a queda da ditadura militar. Milhões de pessoas que foram às ruas e aos

comícios estavam conscientes de sua participação. [pg. 218]

Apesar de a Psicologia Social

surgir com o estudo das massas,

será com grupos menores, os quais

possuem objetivos claramente

definidos, que se desenvolverá a

pesquisa de grupos. Esse

desenvolvimento ocorre a partir de

1930, com a chegada, aos Estados

Unidos, de Kurt Lewin — professor

alemão refugiado do nazismo.

Lewin passou a pesquisar no

Massachusetts Institute of

Technology (MIT) — um renomado

instituto americano — onde

desenvolveu a primeira teoria consistente sobre grupos. Essa teoria

influenciou tanto a Psicologia, que a partir dela surgiu um campo na

Psicologia Social denominado Cognitivismo. O trabalho de Lewin

também influenciou bastante o desenvolvimento de uma teoria

organizacional psicológica que, nas empresas, é aplicada no estudo das

relações humanas no trabalho.

A possibilidade de aplicação imediata desta teoria ao campo

organizacional impulsionou o desenvolvimento dos estudos sobre grupos

nos Estados Unidos. Tanto as indústrias quanto as Forças Armadas

investiram recursos financeiros na produção de pesquisas que

revelassem como os grupos funcionavam e como poderiam ser

motivados para o trabalho. Na década de 30, Elton Mayo realizou uma

pesquisa que se tornaria o paradigma dos estudos motivacionais na área

organizacional. Aplicada na fábrica Hawthorne, da Western Electric

Company (empresa americana de eletricidade), tinha, como objetivo,

estudar a relação de fadiga

nos operários a partir de

uma série de variações

experimentais [pg. 219]

introduzidas na relação de

trabalho, como a freqüência

de pausa para descanso, a

quantidade de horas

trabalhadas, a natureza dos

incentivos salariais. No

entanto, Mayo e seus colaboradores depararam-se com um outro

fenômeno: o das relações interpessoais (entre os operários, entre os

operários e a administração). A observação dessas relações deu novo

rumo à pesquisa, que priorizou o estudo da organização social do grupo

de trabalho, das relações sociais entre o supervisor e os subordinados,

dos padrões informais que dirigem o comportamento dos participantes

num grupo de trabalho, dos motivos e das atitudes dos operários no

contexto do grupo3. Esta pesquisa praticamente inaugurou a área da

3 Dorwin Cartwright & Alvin Zander. Dinâmica de Grupo: Pesquisa e Teoria. EPU/EDUSR São Paulo,

1975. 2 vol., 3ª reimp., p. 18.

A Psicologia contribui para o desenvolvimento do estudo

das relações humanas no trabalho.

Psicologia Organizacional e mudou, consideravelmente, o pensamento

sobre os problemas industriais.

A DINÂMICA DOS GRUPOS

Exemplos mais detalhados da teoria dos grupos elaborada por

Lewin e levada adiante por seus colaboradores podem ser encontrados

no compêndio escrito por Cartwright e Zander, editado pela primeira vez

em 1953, nos Estados Unidos. Os dois volumes trazem uma síntese de

tudo o que foi produzido sobre dinâmica de grupo a partir dos estudos

iniciais de Kurt Lewin. Exemplos de temas abordados: coesão do grupo

(condições necessárias para a sua manutenção); pressões e padrão do

grupo (argumentos reais ou imaginários, manifestos ou velados que seus

membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos do

grupo e ao padrão de conduta estabelecido); motivos individuais e

objetivos do grupo (elementos que garantem fidelidade e que estão

relacionados com a escolha que cada indivíduo faz ao decidir participar

de um grupo); liderança e realização do grupo (força de convencimento

— carisma — exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o

tipo de atividade exercida pelo grupo); e, por fim, as propriedades

estruturais dos grupos (padrões de comunicação, desempenho de

papéis, relações de poder etc.).

Como já foi dito anteriormente, as pessoas vivem, em nossa

sociedade, em campos institucionalizados. Geralmente moram com suas

famílias, vão à escola, ao emprego, à igreja, ao clube; convivem com

grupos informais, como o grupo de amigos da rua, do bar, do centro

acadêmico ou grêmio estudantil etc. Em alguns casos, a

institucionalização nos obriga a conviver com pessoas que não

escolhemos. Quando conhecemos nossa primeira classe no ensino

médio ou na universidade, descobrimos que vamos conviver com um

grupo de 20, 30 ou 40 pessoas com as quais — como geralmente [pg. 220]

acontece — não tínhamos nenhum contato. A essa forma de

convívio que independe da nossa escolha chamamos de solidariedade

mecânica. A afiliação a um grupo independe da nossa vontade no que

diz respeito à escolha dos seus integrantes. A solidariedade orgânica é

a forma de convívio na qual nos afiliamos a um grupo porque

escolhemos nossos pares. É o caso do grupo de amigos que se reúne

nos finais de semana para jogar futebol ou que decide formar uma

banda. A afinidade pessoal é levada em consideração para a escolha do

grupo. Nos grupos em que predomina a solidariedade mecânica,

geralmente formam-se subgrupos que se caracterizam pela solidariedade

orgânica, como é o caso das “panelinhas” em sala de aula ou do grupo

de amigos em uma fábrica ou escritório.

No campo teórico até aqui mencionado, pode-se definir o grupo

como um todo dinâmico (o que significa dizer que ele é mais que a

simples soma de seus membros), e que a mudança no estado de

qualquer subparte modifica o estado do grupo como um todo. O grupo se

caracteriza pela reunião de um número de pessoas (que pode variar

bastante) com um determinado objetivo, compartilhado por todos os seus

membros, que podem desempenhar diferentes papéis para a execução

desse objetivo.

Quando um grupo se estabelece (uma “panelinha” na sala de aula,

um grupo religioso ou uma gangue de adolescentes), os fenômenos

grupais anteriormente mencionados passam a atuar sobre as pessoas

individualmente e sobre o grupo, ao que chamamos de processo

grupal. A coesão é a forma encontrada pelos grupos para que seus

membros sigam as

regras estabelecidas.

Quando alguém

começa a participar de

um novo grupo, terá

seu comportamento

avaliado para

verificação do grau de

adesão. Os membros

mais antigos já não

A torcida organizada é um exemplo de grupo que impõe regras

para a participação de seus membros.

sofrem esse tipo de avaliação e se, eventualmente, quebram alguma

regra (que não seja muito importante), não são cobrados por isso. Ocorre

que, no caso dos membros mais antigos, é conhecido o grau de

aderência ao grupo e sabe-se que eles não jogam contra a manutenção

do grupo. Esta “certeza” da fidelidade dos membros é o que chamamos

de coesão grupal. Os grupos, de acordo com suas características,

apresentam maior ou menor coesão grupal. [pg. 221]

Uma torcida organizada de futebol, como as do Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro ou Grêmio (para citar algumas), exigirá de seus membros um grau de fidelidade bem forte porque necessita de um grau de coesão alto para manter o grupo. Já um grupo de jovens que participam de reuniões

religiosas nos finais de semana numa igreja católica, precisaria de

alguma coesão para manter o grupo, mas não em alto grau. Grupos com

baixo grau de coesão tendem a se dissolver, como geralmente acontece

com associações de pais em colégios. Além de reunirem-se

eventualmente, poucos membros participam das reuniões (por isso,

carinhosamente chamamos o grupo de “grupo dos que vêm”).

É possível notar que, de certa forma, os outros elementos, como

pressões e padrão do grupo, motivos individuais e objetivos do grupo, já

estão presentes na definição da coesão. A fidelidade ao grupo

dependerá do tipo de pressão exercida pelo grupo em relação aos

novatos e aos outros membros visando manter a concepção central, ou

seja, os objetivos que levaram à sua fundação. Os motivos individuais

são importantes para a adesão ao grupo. Alguém que pretenda ingressar

num grupo jovem de góticos (jovens que costumam andar cora roupas

escuras, visitar cemitérios, ouvir música do gênero gótico etc.) está se

dispondo, individualmente, a mudar o seu modo de ser. Outro aspecto

que envolve a individualidade é a resposta que o grupo dá às diferenças

individuais. Elas serão admitidas desde que não interfiram nos objetivos

centrais do grupo, na sua idéia central ou nas suas características

básicas. O participante de uma torcida organizada não pode querer

mudar de time (virar a casaca) e argumentar que se trata de uma

questão individual. Seria, evidentemente, excluído do grupo. Mas poderia

ir ao jogo sem a camisa do clube, argumentando não ter tido tempo de

passar em casa e se preparar. Os objetivos do grupo irão sempre

prevalecer aos motivos individuais, mas dependendo desse objetivo, as

diferenças individuais poderão ser admitidas. Quanto mais o grupo

precisar garantir sua coesão, mais ele impedirá manifestações individuais

que não estejam claramente de acordo com seus objetivos.

A questão da liderança pode representar um capítulo à parte na

discussão sobre a teoria dos grupos. Foi entre 1935 e 1946 que Kurt

Lewin desenvolveu uma teoria consistente, que avaliava o clima grupal e

a influência das lideranças na produção da atmosfera dos grupos. Lewin

argumentava que o clima democrático, autoritário ou o laissez-faire

dependiam da vocação do grupo e do estabelecimento de lideranças que

os viabilizassem. Assim, um grupo com vocação autoritária (entenda-se:

um grupo cujos membros acreditassem nesta [pg. 222]

forma de organização na sua relação grupal) necessitaria de um líder autoritário.

Um grupo democrático exigiria uma liderança democrática e um grupo

sem preocupações com sua organização, ou não teria liderança, ou teria

um líder que não lhe daria direção (seria um estilo anárquico, no sentido

mais geral do termo). O importante desta classificação feita por Lewin foi

a descoberta de que os grupos democráticos são, a longo prazo, os mais

eficientes. Já os autoritários têm uma eficiência imediata, na medida em

que são muito centralizados e dependem praticamente de seu líder. Mas

são pouco produtivos, pois funcionam a partir da demanda do líder, e

seus membros são, geralmente, cumpridores de tarefas. Os grupos

democráticos exigem maior participação de todos os membros, que

dividem a responsabilidade da realização da tarefa cora sua liderança.

Este tipo de grupo pode tornar-se mais competente ainda quando sua

liderança for emergente, isto é, quando se desenvolver de acordo com o

objetivo ou tarefa proposta pelo grupo.

Muitos foram os autores que sucederam Lewin na discussão da

estrutura e do funcionamento dos grupos. Neste livro, você tomou

conhecimento das diversas formas que podemos definir a Psicologia. O

mesmo ocorre com a definição de grupo, do qual teremos uma visão de

acordo com a teoria em pauta. Seria muito extenso e cansativo relatar

aqui toda a história das definições de grupo no campo da Psicologia. Mas

algumas são muito importantes para quem quiser se aprofundar nesse

assunto, como a de Jacob Moreno (Psicodrama), a de Didier Anzieu

(vale conferir sua discussão sobre grupos), e a de W. Bion (visão

psicanalítica).

GRUPOS OPERATIVOS

Mais recentemente, o francês Pichon-Rivière, radicado na

Argentina, desenvolveu uma abordagem de trabalho em grupo (a qual

denominou “Grupos Operativos”) baseado tanto na tradição legada por

Lewin quanto nos conhecimentos psicanalíticos. De acordo com o

psicólogo Saidon, estudioso da obra de Pichon-Rivière,

“o grupo operativo se caracteriza por estar centrado, de forma explícita, em uma

tarefa que pode ser o aprendizado, a cura (no caso da psicoterapia), o

diagnóstico de dificuldades etc. Sob essa tarefa, existe outra implícita subjacente

à primeira, que aponta para a ruptura das estereotipias que dificultam o

aprendizado e a comunicação.4[pg. 223]

Na verdade, o grupo operativo configura-se como um modo de

intervenção, organização e resolução de problemas grupais, baseado em

uma teoria consistente, desenvolvida por Pichon-Rivière e conhecida

como Teoria do Vínculo. Tal abordagem transformou-se num poderoso

instrumento de intervenção em situações organizacionais e é muito

usada hoje em dia. Através de sua aplicação, é possível acompanhar

determinado grupo durante a realização de tarefas concretas e avaliar o

campo de fantasias e simbolismos encobertos nas relações pessoais e

organizacionais dos seus diferentes membros.

4 Osvaldo I. Saidon. O Grupo Operativo de Pichon-Rivière. In Baremblitt, Gregório (Org.). Grupos:

Teoria e Técnica. Graal, Rio de Janeiro, 1982. p. 183.

O PROCESSO GRUPAL

O desenvolvimento de uma Psicologia Social Crítica, a partir de

1970, levou tanto Silvia Lane quanto Martin-Baró5, cada um a seu modo,

a desenvolver uma consistente crítica aos modelos teóricos existentes.

Tal crítica procura resguardar aspectos funcionais da dinâmica dos

grupos — no que concordam com Lewin. No entanto, Lane e Baró

questionam os autores cognitivistas (os seguidores de Lewin) pela

maneira estática como enquadram o grupo. Da mesma forma,

consideram positivo o enquadramento psicanalítico, o qual leva em conta

a dinâmica interna dos grupos, criticando, contudo, a visão anistórica

destes teóricos. A teoria de Pichon-Rivière também sofrerá algumas

críticas. O fundamental nesta visão é considerar que não existe grupo

abstrato mas, sim, um processo grupal que se reconfigura a cada

momento. Silvia Lane detecta categorias de produção grupal, que define

como:

1. Categoria de produção — a produção das satisfações de

necessidades do grupo está diretamente relacionada com a produção

das relações grupais. O processo grupal caracteriza-se como

atividade produtiva de caráter histórico.

2. Categoria de dominação — os grupos tendem a reproduzir as formas

sociais de dominação. Mesmo um grupo de características

democráticas tende a reproduzir certas hierarquias comuns ao modo

de produção dominante (no nosso caso, o modo de produção

capitalista).

3. Categoria grupo-sujeito (de acordo com Lourau) — trata-se do nível

de resistência à mudança apresentada pelo grupo. Grupos [pg. 224]

com menor resistência à autocrítica e, portanto, com capacidade de

crescimento através da mudança, são considerados grupos-sujeitos.

Os grupos que se submetem cegamente às normas institucionais e

apresentam muita dificuldade para a mudança são os grupos-

5 Importante psicólogo social espanhol que desenvolveu sua obra em El Salvador — país da América

Central.

sujeitados.

A categoria de produção pode ser entendida como a influência

subjetiva da dinâmica do grupo no seu produto final, na realização de

seus objetivos. Mas é também o resultado da influência das relações

concretas possíveis numa determinada sociedade. Um grupo que se

organiza para formar um conjunto de rap estará, necessariamente,

submetido às condições históricas do momento de sua organização. Por

exemplo, o grupo certamente terá, como objetivo, algum ganho

financeiro, já que é um imperativo do tipo de sociedade em que vivemos

(a sociedade capitalista) a comercialização da produção social. Este fator

interfere na dinâmica do grupo, que terá de discutir a forma de cobrir as

suas despesas e a divisão do lucro. Quem compõe a música, ou quem

tem maior prestígio entre os fãs, deve ganhar mais que os outros ou esse

lucro será dividido igualmente entre todos? Conforme a decisão, poderá

surgir um tipo de hierarquia no grupo. A base da produção da hierarquia

não precisa ser pecuniária, podendo advir do prestígio de alguns

membros do grupo. O vocalista pode exigir algumas regalias, como ter

sua foto em destaque, e isso também será fator de hierarquização. Com

isso, queremos dizer que a construção das lideranças e do clima

democrático ou autoritário depende da condição histórica e concreta do

tipo de produção do grupo e de como ela se insere no contexto social.

Um grupo de rap terá algumas opções, mas o grupo formado no

escritório de uma empresa multinacional terá uma ordem de organização

determinada pelos objetivos ligados à produção daquela empresa. E aqui

já entramos na segunda categoria descrita por Lane: a dominação. A

hierarquização dos grupos de forma mais verticalizada ou horizontalizada

dependerá de como estão inseridos no sistema produtivo. De acordo

com a maneira como a sociedade define seu sistema produtivo, ela

estabelece valores sociais que, de uma maneira geral, serão

reproduzidos pelos grupos, estejam eles mais ou menos diretamente

ligados ao sistema produtivo. Assim, quando se trata do trabalho numa

fábrica, o grupo tenderá a ser bastante verticalizado (diretor, gerente,

chefe, encarregado e operários) e esta verticalização poderá ser

transferida, como valor, para o grupo familiar do operário (o pai, a mãe, o

filho mais velho e os mais novos). [pg. 225]

Entretanto, existe a possibilidade de o grupo (ou alguns de seus

membros) exercer a negação deste processo de imposição social (na

realidade, é isso que cria uma dinâmica social mais rica e variada).

Chegamos à terceira categoria: grupo-sujeito. O grupo-sujeito é aquele

que critica as formas autoritárias de organização e procura estabelecer

uma contranorma. Isto somente é possível quando o grupo consegue

esclarecer a base de dominação social, historicamente determinada, e

encontra formas de organização alternativas (como é o caso das formas

autogestionárias de organização grupal).

Texto complementar

DIMENSÃO ÉTICO-AFETIVA DO ADOECER DA CLASSE TRABALHADORA

Promover a saúde equivale a condenar todas as formas de

conduta que violentam o corpo, o sentimento e a razão humana gerando,

conseqüentemente, a servidão e a heteronomia. Segundo Betinho,

coordenador da atual Campanha contra a Fome no Brasil: “O brasileiro

tem fome de ética e passa fome por falta de ética”.

Por isso, no âmbito desta reflexão, retoma-se o conceito de

“sofrimento psicossocial6“, apresentado no capítulo 3 da 1ª parte, para

analisá-lo à luz de uma pesquisa participante realizada em uma favela da

cidade de São Paulo, onde o referido conceito apareceu,

metaforicamente denominado “tempo de morrer”.7

A pesquisa tinha como objetivo analisar o processo da consciência

das mulheres que viviam em condições subumanas e sofriam o desprezo

público, sendo discriminadas como o rebotalho da classe trabalhadora,

um aglomerado sujo, preguiçoso, incapaz de perceber o próprio

6 Sofrimento psicossocial é aqui entendido como sintoma de uma das carências mais profundas da

modernidade: não saber conviver com a diferença, não reconhecer que nossa integridade depende da

integridade alheia, permitindo que o conflito atinja o ponto de ameaçar a sobrevivência de todos. (José

Gianotti. Folha de S. Paulo, 10/10/1993. Tendências e Debates)

7 Mais uma expressão que se soma às citadas no capítulo 3, p. 50-51, para referir-se ao sofrimento

psicossocial, como zero afetivo, servidão voluntária, desamparo, doença dos nervos, alienação.

sofrimento, sendo, por isso, quase impossível acordá-las de seu torpor.

Mas essas mulheres surpreenderam a sociedade ao organizarem e

participarem de movimentos que conseguiram promover, apesar de

restritas, mudanças na atitude do poder público municipal em relação à

favela.

A análise da consciência revelou o processo psicossocial através

do qual as mulheres são atingidas tanto na sua integridade física quanto

psíquica e que não há possibilidade de dizer que danos físicos causam

mais sofrimento que danos mentais e, portanto, sejam mais relevantes

no processo saúde-doença.

Desde pequenas, essas mulheres sofrem a falta de amparo

externo real (falta de controle absoluto sobre o que ocorre) e a falta de

amparo subjetivo (falta de recursos emocionais para agir). Adquiriram,

nas relações sociais cotidianas, a certeza da impossibilidade de

conquistar o objetivo desejado e desenvolveram a consciência de que

nada podem fazer para melhorar seu estado. Desde cedo, aprenderam

que lutar e enfrentar é um processo infrutífero e, as que ousaram,

receberam como prêmio mais sofrimento. [pg. 226]

Assim, o pensar descolou-se do fazer e tornou-se sinônimo de

tristeza e medo. Para elas, pensar é sofrer, é tomar conhecimento da dor

e da miséria, e o agir é infrutífero. São mulheres submetidas à “disciplina

da fome” (Dejours, 1988), têm o tempo todo tomado pela luta incessante

para a manutenção da vida, sem o conseguir dignamente. O trabalho

estafante redunda em nada para elas e para os filhos. Um trabalho que

deixa um gosto amargo na boca.

Para referirem-se a este estado subjetivo e objetivo que foi

descrito, as mulheres faveladas usam a expressão “tempo de morrer” em

contraposição ao “tempo de viver”, recorrendo a uma marcação temporal

afetiva para dividirem suas histórias de vida e assim redistribuírem,

emocionalmente, diferentes parcelas do tempo biológico e cronológico.

Em todos os relatos, o tempo de morrer é um tempo na voz

passiva. Nele as pessoas não têm poder nenhum sobre si e sobre os

acontecimentos. A imagem mais usada para descrevê-lo é a de prisão,

cujas grades são as relações que compõem o cotidiano das pessoas que

a representam.

O “tempo de morrer” é caracterizado pela falta de recursos

emocionais, de força para agir e pensar e pelo desânimo em relação à

própria competência. É um auto-abandono aos próprios recursos

internos, e a consciência de que nada se pode fazer para melhorar seu

estado. É a cristalização da angústia.

O comportamento emocional que caracteriza o tempo de morrer

pode ser definido como um estado letárgico de apatia, que vai ocupando

o lugar das emoções até anulá-las totalmente, um estado de tristeza

passiva que transforma o mundo numa realidade afetivamente neutra,

reduzindo o indivíduo ao “zero afetivo” (Sartre, 1965:60) e ativo.

No “tempo de morrer”, o sofrimento é a vivência depressiva que

condensa os sentimentos de indignidade, inutilidade e desqualificação.

Ele é dominado pelo cansaço que se origina dos esforços musculares e

da paralisação da imaginação e do adormecimento intelectual necessário

à realização de um trabalho sem sentido e que não cumpre sua função

de evitar a fome.

Para a maioria delas, o início da vida não coincide com o momento

do nascimento, mas com o início do “tempo de viver” que é a superação

do “tempo de morrer”, ao qual estão aprisionadas desde o nascimento.

“Tempo de viver” é o tempo de agir com mais coragem e audácia,

é tempo em que se despertam as emoções, quer sejam elas positivas ou

negativas.

O “tempo de viver” não se confunde com o viver bem, ele é um

tempo de convite à vida, mesmo sendo uma vida sofrida. E o momento

da transformação das relações objetivas que aprisionam as emoções, a

aprendizagem, a humanidade e a sensação de impotência se transforma

em energia e força para lutar. Tempo de viver não é o tempo do

desaparecimento da angústia, aliás nunca se chega a isto. Trata-se de

tornar possível a luta contra ela, para resolvê-la, e ir em direção a outra

angústia. (Dejours, 1986)

A passagem do tempo de morrer para o tempo de viver não é dada

por um acontecimento ou por uma mudança de atividade. Estes fatos

podem colaborar, mas o fundamental é a mudança na relação entre o ser

e o mundo, é o restabelecimento do nexo psico/fisiológico/social

superando a cisão entre o pensar/sentir/agir.

Para que ocorresse essa transição na vida das mulheres faveladas

foi preciso um princípio de força, que elas encontraram nas atividades a

que se dedicaram: nas aulas de artesanato na Associação dos

Moradores, e nos movimentos reivindicatórios. Uma vez vislumbrado

esse princípio de força, liberam-se as emoções e o desejo. A sensação

de impotência pode repentinamente se transformar em energia e força de

luta.

Bader Burihan Sawaia. Dimensão ético-afetiva do adoecer da classe trabalhadora.

In: A/ovas veredas da Psicologia Social. São Paulo, EDUC/Brasiliense, 1995. [pg. 227]

Questões

1. Qual a função das regularidades do cotidiano?

2. Como e através de que ocorre a mediação entre a realidade objetiva e

o indivíduo?

3. Como “algo” se institucionaliza?

4. O que é instituição?

5. Qual a finalidade do processo de institucionalização?

6. Por que a Psicologia passa do estudo das massas para o estudo dos

pequenos grupos?

7. No início do século 20, qual era a perspectiva da Psicologia social

cognitivista para o estudo dos grupos?

8. Qual a relação entre instituição, organização e grupo social?

9. Como se define o processo grupal?

Atividades em grupo

Discutam as três categorias do processo grupal propostas por

Silvia Lane avaliando o processo grupal que representou a passagem do

“tempo de morrer” para o “tempo de viver”, exposto no texto

complementar de Bader B. Sawaia.

Bibliografia indicada

Para o professor

O livro Psicologia social: o homem em movimento, organizado

por Silvia T. M. Lane e Wanderley Codo (São Paulo, Brasiliense, 1984), é

uma coletânea de artigos sobre temas em Psicologia social, em que se

encontra o texto “O processo grupal”, de Silvia Lane.

Sobre grupos sociais, existe o manual de Cartwright e Zander,

Dinâmica de grupo: pesquisa e teoria (São Paulo, Herder, 1967), que

aborda os processos e fenômenos de grupo, com o relato detalhado de

experimentos e pesquisas na área. É um excelente livro de consultas

para o professor no que tange à tradicional Psicologia Social cognitivista.

Sobre a construção da realidade social, temos Peter Berger e

Thomas Luckmann, A construção social da realidade (Petrópolis,

Vozes).

Sobre a Psicologia Institucional, recomendamos Cregório

Baremblitt, Compêndio de análise institucional (Rio de Janeiro, Rosa

dos Tempos, 1992); Osvaldo Saidon e Vida Rachel Kamkhagi, Análise

Institucional no Brasil (Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1991); e

René Lourau, Análise institucional (Petrópolis, Vozes, 1988).

Filmes indicados

O selvagem da motocicleta. Direção Francis Coppola(EUA, 1983)

Vidas sem rumo. Direção Francis Coppola (EUA, 1983)

Filmes sobre gangues de jovens americanos, que falam de

conflitos gerados pela ruptura institucional, pelas crises nos grupos. [pg.228]

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